sábado, outubro 11, 2008

lembrar a poeta da távola redonda



de Fernanda Botelho
AS COORDENADAS LÍRICAS

aos 25 anos de idade[1951]








Desviou-se o paralelo um nada
e tudo escureceu:
era luz disfarçada em madrugada
a luz que me envolveu.

A geométrica forma de meus passos
procura um mar redondo.
Levo comigo, dentro dos meus braços,
oculto, todo o mundo.

Sozinha já não vou. Apenas fujo
às negras emboscadas.
Em cada esfera desenho o meu refúgio
- as minhas coordenadas.

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